Polícia Federal faz vistoria ao INEP

Itaperuna 11 de novembro de 2021

PF vai ao Inep para vistoriar Enem; instituto diz que é ‘esperado’.

Um agente da Polícia Federal foi ao Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) no começo de setembro com o objetivo de vistoriar a produção da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Embora o exame seja feito sob segurança e em sigilo, o presidente do órgão, Danilo Dupas, afirmou que a visita é um “procedimento esperado”.

“A visita do perito da PF é procedimento esperado para verificação das condições de segurança e de todo o processo”, disse Dupas durante sua participação ontem na Comissão de Educação —ele foi convocado para falar sobre o pedido de exoneração coletiva de 35 servidores na última segunda (8).

Ainda não se sabe se o agente teve acesso à prova. O UOL procurou o Inep e o MEC para mais detalhes sobre a visita, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. O Enem será aplicado nos dias 21 e 28 de novembro. A ida da PF ao local de montagem do Enem foi revelada pela revista Veja e, segundo servidores, o agente teria ido ao Inep sem o conhecimento das pessoas responsáveis pelo Afis (Ambiente Físico Integrado Seguro) —que definem as questões e fazem a segurança do exame. Aos deputados, Dupas afirmou ainda que o processo de montagem da prova “está sujeito a auditoria constante, como deve ocorrer em ambientes com alto nível de segurança, e [o agente] foi acompanhado.

A ideia de conferir as questões da prova antecipadamente já havia sido expressada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assim que foi eleito. Na época, ele criticou uma questão que tratava do “dialeto secreto” usado por gays e travestis e disse que sua gestão no Ministério da Educação “não tratará de assuntos dessa forma”. Em junho de 2021, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que queria ter acesso antecipado à prova para evitar o que define como “questões de cunho ideológico”. Depois da repercussão negativa, o chefe do MEC voltou atrás.

Demissão em massa aconteceu por “questão interna”, diz presidente do Inep Mesmo questionado várias vezes pelos parlamentares na Comissão de Educação, Dupas se limitou a dizer que o pedido de exoneração dos 35 servidores em um dia —a duas semanas do Enem— aconteceu por uma “questão interna”. “É uma questão interna que gostaria de tratar internamente, inicialmente, para buscar uma solução efetiva sem causar impacto negativo na sociedade”, respondeu. Durante a sessão, ele leu respostas do computador e recebeu auxílio de Luís Filipe de Miranda Grochocki, diretor de Avaliação da Educação Superior.

Fonte: Uol

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