Pacientes Dependentes de Oxigênio Sofrem com Burocracia e Falta de Apoio do Município

Itaperuna 02 de novembro de 2024


A vida da senhora Creilda de Souza e de sua família virou de cabeça para baixo nos últimos meses. Dependente de oxigênio e com cuidados paliativos, ela enfrenta dificuldades diárias que vão muito além da doença. A necessidade de alugar cilindros de oxigênio e comprar fraldas geriátricas, dietas especiais e materiais de curativos tem trazido um fardo financeiro pesado para a família, que buscou ajuda da Prefeitura, mas encontrou obstáculos que parecem insuperáveis.

A senhora Creilda foi internada no hospital São José do Avaí e, após uma estadia prolongada, foi liberada com a condição de receber oxigênio domiciliar. No entanto, quando a família buscou apoio na prefeitura para garantir o equipamento essencial, a resposta foi desanimadora. “Disseram que mesmo entrando pela justiça pode demorar. Tive que alugar por conta própria, mas os gastos são enormes”, conta o familiar.

Além do oxigênio, a paciente necessita de um atendimento de home care, além de produtos médicos caros, como sondas nasais e pomadas específicas. A família enfrenta dificuldades para manter a compra de fraldas geriátricas e a dieta especial Isosource, que são itens indispensáveis, mas custosos. Em um momento de crise de saúde e em meio ao aumento do custo de vida, a situação vem desgastando ainda mais a todos.

A Realidade do Sistema de Saúde para Pacientes Paliativos

A situação enfrentada pela família da senhora Creilda reflete um problema mais amplo. No Brasil, muitos pacientes em cuidados paliativos, que precisam de apoio domiciliar, são impactados pela burocracia e pela falta de políticas eficazes para atendimento desse público. Apesar do direito constitucional à saúde, a realidade é que o atendimento de home care e o fornecimento de equipamentos essenciais como o oxigênio são frequentemente negligenciados.

A família questiona: até quando o sistema de saúde falhará em assistir as pessoas que mais precisam?

“Minha mãe precisa de oxigênio para viver. A alta do hospital só foi possível porque nos comprometemos a buscar uma alternativa, mas agora estamos carregando esse custo enorme sozinhos”, desabafa o familiar.

Frente à falta de assistência, a família está lançando um apelo às autoridades de Itaperuna.

Procuramos o Secretário de Saúde, para um posicionamento sobre o caso e para entender melhor as limitações apontadas pela equipe da Casa Laranja e as possíveis alternativas para novos pacientes. Embora ele tenha visualizado a mensagem, ainda não respondeu até o momento da publicação desta matéria.

Essa história representa a luta de muitas famílias pelo acesso básico a um direito: o direito de viver com dignidade, mesmo em condições paliativas. Enquanto as políticas e procedimentos de saúde não se ajustarem à realidade dessas necessidades urgentes, muitos continuarão a lutar sozinhos, sem tempo a perder e com suas vidas e dignidade em risco.


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