Inflexível, Bretas nega adiamento de audiência. Advogado participa diretamente da cama de um hospital, onde enfrenta a Covid
Itaperuna 19 de junho de 2021
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, negou pedido de adiamento de audiência e, com isso, fez o advogado Rafael Gonçalves participar de uma videoconferência enquanto estava internado em um hospital em tratamento de Covid-19.
Gonçalves defende um dos réus de um processo relacionado à apelidada “operação bancarrota”. Uma das testemunhas do caso é Dario Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros”.
O defensor está internado desde o último dia 6. No início da audiência, Bretas afirma que o advogado participa da audiência por livre e espontânea vontade e diz que negou diversas vezes o adiamento porque existe outra advogada habilitada a participar.
O magistrado afirma também que compreende a situação do advogado e que não vê nenhum problema com a sua vestimenta dado a sua condição de saúde. Por fim, afirmou que queria deixar novamente registrado que só negou o pedido pelo fato de outra advogada estar habilitada no processo.
O advogado explica que a colega não conseguiria participar da audiência e que havia protocolado petição não várias, mas apenas uma vez. Disse também que não concordava com a decisão, mas pedia desculpas aos colegas e ao juízo por sua vestimenta. Ele estava de avental verde e um tubo de oxigênio no nariz. Caso não comparecesse a audiência, o réu teria que ser representado por um advogado designado pelo juiz.
O defensor também poderia ser multado nos termos do artigo 265 do Código de Processo Penal que estipula multa de 10 até 100 salários mínimos para o causídico que abandonar um processo.