A Nova Política da Impaciência: Reflexo de um Novo Tempo

Itaperuna 09 de janeiro de 2025

Enquanto alguns lamentam a falta de romantismo na política contemporânea, é preciso reconhecer que a impaciência da população é, na verdade, um avanço democrático. O tempo em que os eleitores esperavam pacientemente pelas promessas não cumpridas já passou, e isso deve ser celebrado, não criticado.

As angústias acumuladas por décadas não são apenas frutos de inércia, mas de uma população que, por muito tempo, foi silenciada e tolerante com práticas que só beneficiavam poucos. Hoje, essa mesma população, cansada de omissões e protelações, compreende que a política não é uma dádiva dos eleitos, mas um contrato de serviços que deve ser cumprido com eficácia e celeridade.

É verdade que prefeitos e gestores são cobrados antes mesmo de tomarem posse, mas essa cobrança é reflexo de um eleitorado mais consciente, que entende que a transição de uma gestão para outra não deve ser uma desculpa para a falta de planejamento. Um bom gestor já deveria assumir o cargo com um plano em mãos, preparado para agir desde o primeiro dia. A sociedade não pode mais se dar ao luxo de esperar, porque as necessidades – saúde, educação, infraestrutura – são urgentes e reais.

O “espere mais um pouco” é a fala de quem não tem soluções concretas. O silêncio do telefone ou a mensagem não respondida revelam mais do que sobrecarga: mostram um afastamento daqueles que deveriam ser representantes, mas que, ao alcançar o poder, esquecem o compromisso assumido.

A política moderna exige velocidade, transparência e resultados. A cobrança constante, as críticas virtuais e as discussões nas esquinas são sinais de que o povo finalmente entende seu papel de protagonista. Não se trata de impaciência destrutiva, mas de uma nova mentalidade que não aceita ser enganada e que busca resultados imediatos porque sabe que o tempo perdido significa vidas prejudicadas.

O romantismo na política não morreu – ele se transformou. Hoje, ele está na esperança de quem exige mais, cobra mais e acredita que uma gestão eficiente é possível. E é essa pressão que tem o poder de transformar a política em algo verdadeiramente democrático e eficiente.

O preço da liberdade é a eterna vigilância

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