Ex-secretário de Saúde do Estado do Rio tem registro profissional cassado pelo Cremerj

Itaperuna 16 de junho de 2023

Edmar Santos foi preso, em 2020, por participar de esquema de corrupção que teria desviado R$ 1 bilhão em compras durante a pandemia

O registro profissional do ex-secretário de Saúde do Estado do Rio Edmar Santos foi cassado pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj). A decisão foi tomada na terça-feira (13) e é considerada a penalidade mais alta, de acordo com a legislação atual. Com essa medida, Edmar, que era diretor-geral do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Uerj, antes de se tornar secretário, não poderá mais atuar como médico. A defesa promete recorrer da decisão.

O ex-secretário foi preso em 2020, acusado de ser um dos chefes de um esquema de corrupção que teria desviado R$ 1 bilhão em compras durante a pandemia. Dos sete hospitais de campanha prometidos à época, apenas dois foram inaugurados, ambos com capacidade abaixo da prevista. Mil respiradores para pacientes infectados em estado grave, pelos quais o estado pagou R$ 36 milhões, nunca chegaram. Desse total, apenas 52 foram entregues, e nenhum era adequado para o tratamento da Covid-19.

Após sair do comando da Saúde do Rio, Edmar Santos procurou a Procuradoria Geral da República e decidiu contar tudo o que sabia sobre as fraudes durante a pandemia, firmando um acordo de delação. A atitude resultou na investigação de outros funcionários estaduais do governo Wilson Witzel e também influenciou no impeachment do ex-governador, em 2021.

Por meio de nota, a defesa de Edmar Santos diz que o ex-secretário “encontra-se surpreso com a decisão proferida pela Segunda Câmara do CREMERJ, cujas conclusões não correspondem com a realidade dos fatos”.

O texto continua: “Por essa razão, será interposto o recurso cabível à instância revisora, à qual caberá cassar o ato decisório ilegal proferido na data de ontem, que, até seu julgamento final, não produzirá qualquer efeito. Reitere-se, ainda, aquilo sempre ressaltado, o Dr. Edmar Santos nega veementemente qualquer participação em fraudes envolvendo respiradores comprados pelo Estado do Rio de Janeiro à época da pandemia da COVID-19, sendo certo que a prisão contra ele decretada foi declarada ilegal pelo Superior Tribunal de Justiça.”

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