Domingo: O filme na Netflix que todo mundo deveria assistir para acalmar o espírito e perceber que o amor promove milagres
Itaperuna 11 de dezembro de 2022
“A Teoria de Tudo”, produção cinematográfica de 2014 dirigida por James Marsh, narra parte da história de vida do físico teórico e cosmólogo Stephen Hawking, um dos maiores cientistas de todos os tempos. Graças aos seus estudos, ele conseguiu, ao lado de Roger Penrose, comprovar muitos teoremas da singularidade gravitacional e, com James M. Bardeen e Brandon Carter, as leis da mecânica dos buracos negros, dentre outras descobertas. O filme, que deveria falar de um gênio insubstituível para o mundo, acabou mostrando ao público dois. Pois foi um momento crucial para que todos os olhos se abrissem para Eddie Redmayne, um dos talentos mais cristalizados na sétima arte do século 21.
Você pode até não gostar de algum filme que Redmayne tenha feito, mas é impossível negar a qualidade e entrega de suas atuações. Em seu trabalho mais recente “O Enfermeiro da Noite”, é ele quem dá alma para a produção, mostrando a ambiguidade do espírito humano, capaz de ser bom para o bem e ainda melhor para o mal. Seu nome é cotado para disputar mais uma vez à estatueta de melhor ator. Caso se concretize, será sua terceira indicação na carreira. Em 2015, ele saiu vitorioso justamente por “A Teoria de Tudo”, papel que lhe rendeu elogios do próprio Hawking, que em e-mail direcionado para Marsh, afirmou que em alguns momentos, ao ver Redmayne, acreditou estar olhando para si mesmo.
A preparação para o papel não foi nada fácil. Embora o ator tenha formação, assim como o próprio Hawking, em uma das maiores universidades da Inglaterra, Cambridge, para interpretar o protagonista foi necessário muito estudo, esforço e dedicação. Primeiro, ele se encontrou uma vez com o próprio cientista por três horas para conhecê-lo pessoalmente. Depois, perdeu seis quilos, conviveu com pacientes afetados por doenças neurológicas degenerativas, aprendeu controle corporal com um profissional, estudou a ordem em que os músculos de Hawking foi afetado e treinava horas, durante meses, em frente a um espelho a se contorcer, inclusive, os músculos da face. Todo esse cuidado e devoção para entregar uma atuação como Hawking da maneira mais fiel e respeitosa possível.
O enredo do filme de Marsh, que levou dez anos para ter o roteiro adaptado por Anthony McCarten do livro “Viagem ao Infinito”, de Jane Hawking, relembra a história do cientista ainda jovem, eu seus primeiros anos na universidade e se apaixonando por Jane, sua primeira esposa, antes mesmo de descobrir que tinha uma doença degenerativa. Após o diagnóstico, Stephen Hawking chegou a acreditar que teria apenas dois anos de vida. Ele e Jane se casaram, tiveram três filhos, Robert, Lucy e Timothy e, ao longo dos anos, eles desenvolveram uma relação muito maior que um casamento. Além de cuidar de Stephen conforme sua doença se desenvolvia, Jane também foi uma grande amiga e colega de trabalho.
O filme, além de ser um hino à perseverança do cientista, que não permitiu que a doença o impedisse de desenvolver importantes trabalhos para o campo astrofísico, é uma ode à relação de companheirismo e respeito entre ele e Jane. Um matrimônio que durou 30 anos e uma parceria que levou o resto da vida do pesquisador. Stephen Hawking morreu em 2018, quatro anos após o lançamento do filme. A produção cinematográfica com fotografia de cores quentes e roteiro preocupado em resgatar a fidelidade da história, passou pela aprovação tanto de Stephen quanto de Jane. O filme é uma forma de eternizar, para o público geral, não apenas para os acadêmicos e cientistas, a vida e contribuição do físico. Contou com atuações belíssimas também de Felicity Jones, David Thewlis e Charlie Cox.
Filme: A Teoria de Tudo
Direção: James Marsh
Ano: 2014
Gênero: Biografia / Drama
Nota: 10/10
Revista Bula