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Câmaras Municipais perdem poder de julgar contas dos prefeitos: decisão do STF muda regra em todo o Brasil

Itaperuna 16 de junho de 2025

Uma decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) está mudando a forma como as contas dos prefeitos são analisadas em todo o país, incluindo os municípios do interior do Rio de Janeiro. A Corte decidiu que as Câmaras Municipais não poderão mais rejeitar ou aprovar contas do chefe do Executivo municipal com base em critérios políticos. A partir de agora, o parecer técnico emitido pelo Tribunal de Contas passa a ser vinculante — ou seja, obrigatório.

Essa mudança foi definida no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 849, e o entendimento passou a ter repercussão geral, o que significa que a decisão se aplica automaticamente a todos os municípios brasileiros.

⚖️ O que muda na prática?

Até então, mesmo quando o Tribunal de Contas aprovava as contas de um prefeito, os vereadores podiam rejeitá-las em votação plenária — e vice-versa. Muitas vezes, isso abria margem para decisões políticas e perseguições. Agora, esse cenário muda completamente:

  • Se o Tribunal de Contas aprova, a Câmara não pode mais rejeitar.
  • Se o Tribunal de Contas rejeita, a Câmara não pode mais aprovar.

O parecer técnico se torna a palavra final. O papel dos vereadores permanece relevante na fiscalização, mas sem poder para modificar a decisão técnica dos tribunais.

📌 O que é a ADI?

A sigla ADI significa Ação Direta de Inconstitucionalidade. É um tipo de processo que tem como objetivo questionar se uma lei ou norma está em desacordo com a Constituição Federal. Esse tipo de ação só pode ser proposta por autoridades específicas, como o presidente da República, partidos políticos com representação no Congresso, o procurador-geral da República, entre outros.

A ADI 849 foi ajuizada para discutir exatamente se as Câmaras poderiam contrariar os pareceres técnicos dos Tribunais de Contas. O STF, por maioria, entendeu que isso fere o princípio da legalidade e da eficiência da administração pública.

🏘️ Por que essa decisão é importante para os municípios do interior?

Nos municípios menores, onde os laços políticos costumam ser mais próximos e personalizados, era comum que a votação das contas fosse usada como moeda de troca ou instrumento de pressão entre prefeitos e vereadores. Com a decisão do STF, esse tipo de prática tende a desaparecer, fortalecendo a transparência, a técnica e a segurança jurídica.

Agora, as prefeituras terão mais estabilidade na prestação de contas, e a sociedade poderá confiar de forma mais sólida nos relatórios emitidos pelos Tribunais de Contas — que contam com corpo técnico especializado.

🔎 Fiscalização mais técnica, menos política

A decisão do STF não retira dos vereadores sua função fiscalizadora. Eles continuam podendo pedir documentos, realizar audiências públicas, instaurar comissões de investigação e cobrar explicações. O que muda é que o julgamento final das contas anuais não é mais político, mas sim técnico e fundamentado na análise contábil e legal dos Tribunais de Contas.

🗣️ O que dizem os especialistas?

Juristas e estudiosos do Direito Administrativo avaliam que a medida representa um avanço para a administração pública brasileira. Segundo eles, ao tirar o caráter político da aprovação das contas, o país avança em direção a uma gestão mais profissional e menos sujeita a interesses eleitorais.

📍Conclusão

A decisão do STF na ADI 849 marca um novo momento para a política municipal brasileira. Com a nova regra, as contas públicas passam a ser julgadas de forma mais técnica e menos política, o que representa mais seriedade na aplicação dos recursos públicos e mais respeito ao trabalho dos órgãos de controle.

Para os moradores do interior do estado do Rio, que acompanham o cenário político de perto, essa mudança traz mais previsibilidade, justiça e profissionalismo na condução dos recursos públicos.

Blog Plaga Pires – Informação com responsabilidade.

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