A banalização da palavra “irmão” no discurso político
Itaperuna 22 de janeiro de 2025
A estratégia discursiva que transforma laços fictícios em ferramentas de manipulação política
Nos últimos anos, o uso exagerado e estratégico da palavra “irmão” por políticos tem chamado atenção e gerado questionamentos sobre a sinceridade e a ética no discurso público. Em situações diversas, é comum ouvir declarações como “Fulano é meu irmão”, acompanhadas de gestos afetuosos e um tom de familiaridade que, muitas vezes, não condiz com a realidade.
A intenção parece ser clara: criar uma falsa sensação de proximidade e fraternidade com aliados ou até mesmo com eleitores. Essa estratégia discursiva, embora eficaz para cativar parte do público, acaba banalizando o verdadeiro significado da palavra. “Irmão” carrega consigo valores como respeito, lealdade e vínculo genuíno, que se perdem quando usados de forma calculada para fins políticos.
Especialistas em comunicação política destacam que esse tipo de discurso emocional é uma tentativa de estabelecer identificação com o público, mas alertam para os riscos de descredibilização. Quando o uso é percebido como manipulação, o efeito pode ser inverso, afastando eleitores mais atentos e críticos.
Essa prática reforça a importância de uma análise mais criteriosa dos discursos políticos. O eleitor precisa estar atento às intenções por trás das palavras e avaliar se os atos de quem fala são condizentes com as declarações feitas. Afinal, mais do que palavras, é necessário que as ações confirmem os valores proclamados.
A banalização da palavra “irmão” é um reflexo de como a linguagem pode ser usada para seduzir e manipular, mas também serve como um lembrete da importância de questionar o que está por trás de cada fala no cenário político.