Jornalistas são cobrados enquanto população ignora responsabilidades de vereadores que falham em fiscalizar contratos essenciais
Itaperuna 27 de dezembro de 2024
A relação entre a imprensa e a sociedade enfrenta desafios cada vez mais evidentes em tempos de intensa conectividade digital. Hoje, um caso chamou a atenção ao expor um problema recorrente: a tendência da população de cobrar respostas e soluções dos jornalistas enquanto ignora o papel de fiscalização que deve ser exercido sobre as autoridades públicas, especialmente os vereadores.
Em um grupo de WhatsApp, moradores indignados compartilharam imagens de sacos de lixo acumulados pelas calçadas, denunciando a precariedade do serviço de coleta na cidade. “Cadê os caminhões de lixo dessa cidade, gente?”, escreveu um dos participantes, direcionando a cobrança para a imprensa e marcando jornalistas locais na publicação.
Diante das críticas, o jornalista Ângelo Lorenzini respondeu com uma reflexão contundente, que gerou repercussão entre os integrantes do grupo.
“O povo sofre por falta de conhecimento e tem aqueles que se aproveitam disso para disseminar sua ignorância. Executivo ruim é reflexo da escolha do legislativo, que, por sua vez, reflete a proporcionalidade dos eleitores. Muitos preferem se guiar pelas manchetes e cobrar de nós, jornalistas, enquanto não fazem a leitura completa das matérias ou fiscalizam seus representantes”, declarou Lorenzini.
A reflexão do jornalista vai além do comportamento dos eleitores e toca também na responsabilidade dos vereadores, que têm como função primordial fiscalizar os atos do Executivo. No caso do acúmulo de lixo nas ruas, a falha remonta à ausência de uma fiscalização eficiente do contrato de licitação firmado entre a prefeitura de Itaperuna e a empresa contratada para realizar o serviço de coleta de resíduos sólidos. Será que os nobres sabem que a licitação foi ganha com preço muito abaixo?
O contrato, que deveria prever cláusulas claras para garantir a regularidade do serviço, parece ter passado despercebido pelo crivo do legislativo municipal. Questiona-se: onde estavam os vereadores durante a análise, aprovação e fiscalização deste contrato? A ausência de acompanhamento por parte dos legisladores locais é uma omissão grave, considerando que cabe a eles proteger os interesses da população e assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de maneira adequada.
Essa negligência em fiscalizar contratos importantes evidencia um problema estrutural no exercício do papel legislativo. Muitas vezes, os vereadores, que deveriam ser os primeiros a cobrar eficiência e transparência do Executivo, falham em atuar como verdadeiros representantes do povo. Seja por desconhecimento técnico, desinteresse ou alinhamento político, o resultado é uma população desamparada diante de problemas como o lixo acumulado.
A crítica levantada por Lorenzini, portanto, é também um chamado à reflexão sobre a escolha dos representantes. “As pessoas não sabem escolher um vereador que as represente. Preferem eleger alguém baseado em favores pessoais ou promessas vazias e, depois, se frustram quando enfrentam problemas cotidianos que poderiam ser evitados com políticas públicas eficazes”, afirmou o jornalista.
Enquanto a coleta de lixo segue como um problema não resolvido em diversas localidades da cidade, o episódio levanta uma questão mais ampla: a necessidade de fortalecer o entendimento sobre o papel de cada cidadão, autoridade e instituição na construção de uma sociedade mais funcional e responsável.
Jornalistas como Ângelo Lorenzini e Flávia Pires continuarão cumprindo seu papel de informar e expor as demandas da sociedade, mas cabe ao eleitor não apenas escolher seus representantes com cuidado, mas também exercer sua cidadania de forma ativa e crítica. O povo precisa cobrar não apenas os jornalistas, mas principalmente os vereadores, que possuem o dever constitucional de fiscalizar contratos, como o firmado entre a prefeitura e a empresa responsável pela coleta de lixo, garantindo que as necessidades básicas da população sejam atendidas.
Ler a matéria também é primordial!
O preço da liberdade é eterna vigilância!!!!!