Alfredão decreta recesso e deixa servidores à beira do calote em Itaperuna-RJ
Itaperuna 19 de dezembro de 2024
Em sua reta final de mandato, o prefeito de Itaperuna, Alfredo Paulo Marques Rodrigues, que não conseguiu se reeleger nas últimas eleições, decretou ponto facultativo entre os dias 23 e 31 de dezembro de 2024. A decisão, publicada na Portaria nº 8509, afeta secretarias importantes, como Educação, Cultura, Saúde, Turismo e Assistência Social, enquanto serviços essenciais permanecem sob responsabilidade dos chefes de repartições.
A medida, porém, vem gerando críticas por seu impacto na prestação de serviços públicos e pela incerteza em torno do pagamento do décimo terceiro salário e dos salários regulares dos servidores.
Um recesso questionável
A justificativa do decreto se baseia na proximidade das festas de fim de ano, mas a decisão de praticamente paralisar a administração municipal durante quase 10 dias úteis levanta suspeitas. Muitos moradores veem a medida como uma desmobilização da gestão, especialmente considerando que o atual prefeito encerra seu mandato em 31 de dezembro.
Entre os servidores, há preocupações sobre a manutenção de serviços essenciais durante o período. Além disso, a população teme que áreas críticas, como saúde e assistência social, sofram com a falta de atendimento em um momento do ano em que muitas pessoas dependem do suporte público.
Dúvidas sobre salários e décimo terceiro
Enquanto os funcionários públicos enfrentam a possibilidade de recesso prolongado, muitos ainda aguardam respostas sobre o pagamento do décimo terceiro, que deveria ser quitado até o dia 20 de dezembro, conforme previsto em lei. A falta de clareza também se estende aos salários de dezembro, que precisam ser quitados antes da virada do ano.
“Será que o prefeito entende o que é depender de um salário para sustentar a família? Os servidores estão sendo tratados com descaso“, afirmou um funcionário municipal que preferiu não se identificar.
A insegurança financeira dos servidores é agravada pelo silêncio da administração sobre como será garantido o pagamento dentro do cronograma.
Impacto na transição de governo
Além das dúvidas sobre os pagamentos, o ponto facultativo também pode dificultar o processo de transição para a próxima gestão. Com repartições fechadas e funcionários fora de atividade, a equipe do futuro prefeito enfrentará desafios para acessar informações e organizar os trabalhos iniciais do novo governo.
A medida é vista por alguns analistas como um reflexo de desinteresse ou descompromisso do atual prefeito com o encerramento de sua gestão.
População reage com indignação
A decisão tem gerado críticas entre os moradores e servidores. Muitos consideram que o longo recesso prejudica a cidade e não atende aos interesses da população.
“É uma afronta. Enquanto o prefeito dá um descanso prolongado, quem paga o preço é o servidor sem salário e o cidadão sem serviço público. Parece um abandono da cidade”, comentou um morador.
Outro ponto levantado por críticos é a falta de planejamento. “Em vez de focar em uma transição responsável e garantir os direitos dos trabalhadores, o prefeito está deixando para a próxima gestão resolver o caos que ele está criando”, disse uma servidora.
O que esperar nos próximos dias?
Com o encerramento do ano se aproximando, a população de Itaperuna espera respostas sobre os pagamentos atrasados e sobre o impacto que o ponto facultativo terá no funcionamento da cidade. A nova gestão, que assumirá em janeiro, já deve enfrentar grandes desafios para reorganizar a administração pública.
A reportagem procurou a prefeitura para comentar as críticas e esclarecer a situação dos pagamentos, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Enquanto isso, a população segue acompanhando os desdobramentos, preocupada com o futuro imediato de Itaperuna e com a continuidade dos serviços públicos.
SIMBORA MEU POVO!