Deputado estadual é alvo de operação da PF contra fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro
Itaperuna 14 de outubro de 2024
Investigações revelaram um esquema criminoso de contratações diretas por meio de dispensa fraudulenta de licitação de empresas ligadas ao deputado Thiago Rangel (PMB)
A Polícia Federal realiza uma operação, na manhã desta segunda-feira (14), contra o deputado estadual Thiago Rangel (PMB) por suspeita de fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais.
As investigações – que contam com a participação do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Receita Federal – revelaram um esquema criminoso de contratações diretas, por meio de dispensa fraudulenta de licitação de empresas ligadas ao parlamentar.
A operação, batizada de “Postos de Midas”, é uma analogia ao Rei Midas da Frigia que, segundo a mitologia adquiriu o poder de transformar em ouro tudo que tocava.
Os agentes cumprem 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campos dos Goytacazes, na Região dos Lagos, na Região Metropolitana e na capital fluminense.
Ainda de acordo com as investigações, a ação resulta em sobrepreço e no desvio de recursos públicos, com lavagem de dinheiro através de uma rede de postos de combustíveis.
Deputado Thiago Rangel — Foto: Reprodução
Os agentes cumprem 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campos dos Goytacazes, na Região dos Lagos, na Região Metropolitana e na capital fluminense.
Ainda de acordo com as investigações, a ação resulta em sobrepreço e no desvio de recursos públicos, com lavagem de dinheiro através de uma rede de postos de combustíveis.
Aumento de patrimônio
O nome da operação faz referência ao crescimento exponencial do patrimônio do investigado que, de acordo com sua declaração de bens, cresceu 780% em 2 anos.
Em 2020, quando concorreu ao cargo de vereador pelo Campos dos Goytacazes, Thiago declarou um patrimônio de R$ 224 mil, composto por dois veículos, participação no valor de R$ 60 mil em um posto de gasolina e um jet-sky.
Já em 2022, quando concorreu ao cargo de deputado estadual, declarou um patrimônio de mais de R$ 1,9 milhão, composto de 18 postos de combustíveis e 12 de empresas identificadas na investigação.
De acordo com as investigações, em 2014 Thiago Rangel trabalhava como motorista e tinha salário de R$ 1 mil.
Investigações
Entre os locais que a polícia cumpriu os mandados estão a Prefeitura de Campos, já que Thiago Rangel foi presidente de uma empresa pública, e na Câmara de Vereadores da cidade.
O inquérito começou a partir do compartilhamento de provas depois após a prisão de um assessor do deputado, que foi autuado em flagrante em setembro de 2022 pela prática de corrupção eleitoral.
A partir de então, a polícia começou a levantar informações a respeito do deputado. O mesmo assessor é doador de campanha na eleição deste ano de Thamires Rangel, filha do deputado Thiago Rangel, a vereadora mais jovem eleita no país, com 18 anos de idade.
O g1 tentou contato com a assessoria do parlamentar e com a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Fonte: G1