VOCÊ SABIA? 46% do consumo de droga no país acontece na Região Sudeste

Itaperuna 17 de abril de 2024

Lágrimas, sorrisos e muitos aplausos. Foram essas as reações que o ex-lutador de UFC Rafael Carino recebeu de uma plateia de aproximadamente 200 pessoas na noite da última terça-feira (16), que se reuniu no auditório da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a Alerj, para assistir ao seminário “Prevenção e Tratamento da Dependência Química Através dos Esportes”.
Faixa-preta de jiu-jitsu, bicampeão mundial e pentacampeão brasileiro, Rafael Carino é ex-dependente químico e conseguiu vencer as drogas por meio do esporte. Hoje, especialista em terapia para dependência química pela Contexto Consultoria e desenvolvendo um importante trabalho de conscientização sobre a doença e resgate de dependentes, Carino tem dedicado seu tempo para ajudar outras pessoas a vencerem diariamente a mesma luta.
Entre os dados apresentados por Carino sobre o problema no país, um em especial chamou a atenção dos presentes: 46% do consumo de droga no país acontece na Região Sudeste. Os dados são do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (II Lenad), realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e publicado em 2012.
De lá pra cá, dois fatores foram preponderantes para o aumento do número de usuários, de acordo com o lutador. O primeiro deles foi o surgimento das redes sociais, que impuseram à sociedade a “pseudo-obrigação” de ser bonito, magro, rico e feliz, o que causou o sentimento de não-pertencimento em muitas pessoas e, consequentemente, a busca por substâncias entorpecentes. O segundo foi a pandemia de Covid-19, que obrigou todo o país a viver o isolamento social por mais de um ano.
Ainda de acordo com o estudo, o Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína em relação ao número absoluto de usuários, perdendo apenas para os Estados Unidos. Com relação ao consumo de álcool, tipo por muitos usuários como uma droga inofensiva, Carino lembrou que ela é responsável por 80% das mortes por drogas no país.
O ex-lutador elogiou o trabalho do SUS no tratamento oferecido a dependentes químicos e também ressaltou a importância de outras iniciativas, como comunidades terapêuticas independentes e centros de tratamento ligados a núcleos religiosos.
Mas fez questão de destacar a importância da realização de atividades paralelas ao tratamento, apontando como a principal delas, em sua opinião, a prática de atividades físicas. “Independente do uso de drogas, a atividade física faz bem para qualquer pessoa. Isso não tem valor financeiro”, ressaltou Carino.
O evento aconteceu à convite do deputado Anderson Moraes (PL). “É muito importante abrir a Assembleia Legislativa para o primeiro seminário que fala sobre prevenção de drogas, ainda mais com um cara que é uma grande referência do UFC. Não tenho dúvidas de que o esporte não só traz uma grande qualidade de vida para as pessoas, como também é o melhor instrumento pra que a gente possa livrar os nossos jovens dessa maldição das drogas”, declarou o deputado.
O seminário contou ainda com as participações do deputado Dr. Serginho (PL), do vereador de Cabo Frio Josias Swell (PL), da diretora do Conselho Regional de Educação Física do Rio de Janeiro, Eloísa Vilela; do subsecretário de Estado Fabrício Repsold (Programas e Captação de Recursos para Ciência, Tecnologia e Inovação), do mestre de artes marciais André Pederneiras e do editor da revista Tatame, Marco Castro.
“Durante nossa trajetória política, eu tive o privilégio de conhecer o Rafael (Carino), um campeão dos esportes, das artes marciais, que trouxe pra gente, quando tive a oportunidade de ser secretário de Ciência e Tecnologia, a associação do esporte com a educação técnica profissionalizante”, destacou Dr. Serginho logo no início do evento.
“Estou muito emocionado e muito feliz. Acho que consegui trazer para todos o que é dependência química e que o esporte pode ser uma ferramenta importantíssima na prevenção e no tratamento desse problema. Muita gratidão ao deputado Anderson Moraes e à Alerj por abrirem esse espaço e acreditarem no meu trabalho”, finalizou Rafael Carino.

Divulgação

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