Voto de Protesto: Cacareco, o animal eleito para a Câmara de SP

Itaperuna 06 de maio de 2023

Conheça Cacareco, o animal eleito para a Câmara de SP em 1959.

Cacareco, pouco antes de embarcar do Rio para São Paulo

Em todas as eleições há candidatos, digamos, exóticos, que ganham um bom percentual do chamado “voto de protesto”. O primeiro caso notório do fenômeno na história do Brasil, porém, não teve nenhum ser humano como protagonista. Nas eleições para a Câmara Municipal de São Paulo de 1959 o nome mais inscrito nas cédulas eleitorais para vereador foi o de Cacareco. ( Continua após publicidade)…

O “novo vereador” se tratava de um rinoceronte que havia sido emprestado pelo zoológico do Rio para o de São Paulo e que caíra na simpatia dos paulistanos. O bicho levou quase 100 mil votos. O partido mais votado não chegou a 95 mil. O humorista Stanislaw Ponte Preta provocou nas páginas do jornal Última Hora: “Diversos membros do PSP [partido político da época] andam rondando a jaula de Cacareco, para o colocarem no lugar de Adhemar de Barros”. Adhemar, na ocasião, era o prefeito de São Paulo. 

A ideia de lançar um animal para a Câmara Municipal surgiu da cabeça do jornalista Itaboraí Martins, do “Estadão”, que teve a sacada durante uma bebedeira no bar. Até uma quadrinha de apoio foi feita: “Cansados de tanto sofrer/ E de levar peteleco/ Vamos agora responder/ Votando no Cacareco”. O caso até ganhou as páginas da revista norte-americana Time, que destacou a frase de um eleitor: “É melhor eleger um rinoceronte do que um asno”.

Outro caso semelhante aconteceu nas eleições municipais do Rio, em 1988. A revista Casseta Popular (um dos embriões do Casseta e Planeta, da TV Globo) fez uma campanha pelo voto nulo, lançando a candidatura do Macaco Tião, um chimpanzé mal humorado do zoo do Rio que chegou até a cuspir no prefeito Marcello Alencar. A campanha pegou e Tião recebeu 400 mil votos nas cédulas de papel, o que lhe deixou em terceiro lugar entre 12 candidatos. Quando morreu, em 1996, a cidade decretou luto oficial por oito dias.

E em Itaperuna, qual seria o animal que você escolheria?

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Fonte: Gazeta de SP

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