Itaperuna 18 de agosto de 2021

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), condenou com veemência o comportamento do ex-secretário de administração penitenciária Raphael Montenegro, preso nesta terça-feira acusado de negociações escusas com os chefes do Comando Vermelho. Castro se disse traído pelo ex-titular da pasta, que, sem avisá-lo, encontrou-se com criminosos, numa suposta tentativa de negociação de trégua.

– Eles não avisaram o gabinete. Se tivessem avisado, por óbvio, eu perguntaria o motivo da viagem. Como eles não avisaram, eu não tinha como saber. Inclusive, é um dos motivos da exoneração deles. (…) É uma traição, é uma quebra de confiança fazer uma viagem dessa.

Castro rechaçou também qualquer possibilidade de negociação de trégua com grupos criminosos, como pretendia seu ex-colaborador.

– Não há trégua no governo, não há acordo no governo. Se alguém fez, tem que responder, inclusive, o que o governo muitas vezes é criticado é pelo excesso de combatividade. (….) Nosso governo não faz acordo nenhum nem com miliciano, nem com traficante.

“Ninguém negocia pelo governo. Se ele [o secretário] estava fazendo qualquer coisa era por vontade própria”.

O governador reiterou que a atual gestão tem tido um “combate ímpar” contra a criminalidade. E citou como exemplos a operação policial que terminou com a morte de Ecko e a prisão do miliciano Macaquinho.

“É um desrespeito a 80 mil policiais que dão a vida todo dia dizer que alguém vai a qualquer local negociar trégua”.

Disse  ainda que existe uma aproximação grande entre as forças estaduais e federais e que a decisão de trocar o secretário já havia sido tomada há 15 dias.

“Eu tinha que buscar alguém que tivesse esse perfil de fazer essa integração entre a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e o Depen (Departamento Penitenciário Federal). (…) Eu já tinha achado, mas estava esperando a cessão do servidor, inclusive, foi amplamente noticiado na sexta-feira que eu já ia fazer a troca”.

Fonte: Agenda do Poder