Ex-secretário de Saúde do RJ Edmar Santos é cedido da Uerj para trabalhar como médico na PM

Itaperuna 24 de junho de 2021

O ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, foi cedido da Uerj, onde atuava como professor, para trabalhar como médico na Polícia Militar. A transferência foi publicada nesta quarta-feira (23) no Diário Oficial do Estado.

De acordo com a publicação, a PM informou que precisava de mais médicos anestesistas, a especialidade de Edmar Santos.

Com salário mensal na casa dos R$ 27 mil, Edmar Santos tem duas matrículas como servidor do estado, uma delas como professor da Uerj, onde foi diretor do Hospital Pedro Ernesto, e outra como tenente coronel da Polícia Militar.

Ainda de acordo com a publicação no DO, Edmar ficará cedido para trabalhar apenas para a PM.

Como o processo de transferência do ex-secretário é sigiloso, não foi possível saber exatamente para qual batalhão ou unidade de saúde da Polícia Militar Edmar será encaminhado.

O que dizem os envolvidos

Em nota, a PM informou que o comando da corporação aguarda a apresentação do referido oficial, por ofício, e que após essa definição ele será direcionado para atuação dentro das necessidades dos quadros de saúde da PM.

Já a Uerj disse que Edmar Santos foi cedido por tempo indeterminado, para exercer as funções em tempo integral na PM, sem prejuízo do processo administrativo disciplinar que ele responde na Uerj.

Ex-secretário é réu confesso

O ex-secretário Edmar Santos responde na Justiça por desvio de dinheiro público durante a pandemia.

Santos foi preso em julho do ano passado, em um desdobramento da Operação Mercadores do Caos, que desvendou um esquema de fraudes na compra de respiradores no início da pandemia da Covid-19.

Contudo, o ex-secretário deixou a cadeia em agosto de 2020, depois de fechar um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, que foi homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A delação de Edmar foi a base para a Operação Tris In Idem, que em agosto resultou no afastamento de Wilson Witzel do cargo de governador, e também na prisão de Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC.

Em um trecho da delação, o ex-secretário explica como a propina seria arrecadada no esquema de corrupção.

Ele afirmou ainda que o grupo decidiu cobrar vantagens indevidas de organizações sociais e de empresas que tinham pagamentos atrasados a receber do Estado, os chamados “restos a pagar”

De acordo com o delator, o dinheiro arrecadado ia para um caixa único da propina, e era dividido entre ele, o governador Wilson Witzel, Pastor Everaldo, o empresário Edson Torres e Victor Barroso.

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