Deputados estaduais se despedem do histórico Palácio Tiradentes

Itaperuna 29 de junho de 2021

Na última semana antes do recesso, Alerj vota projetos importantes para a economia do Rio. Nesta semana, os deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro vão se despedir do Palácio Tiradentes votando 45 projetos de lei de forma semipresencial, entre terça (29/06) e quinta-feira (01/07), incluindo a redação final das diretrizes para o Orçamento de 2022 (PL 4.022/21) e o pagamento de duas parcelas extras do SuperaRJ (PL 4.028/21).

A pauta vai marcar a mudança dos trabalhos legislativos do prédio histórico, que completou 95 anos, para o Edifício Lúcio Costa, o Alerjão, a partir de agosto. “Será com certeza uma semana emocionante. Votaremos medidas importantes para o estado, como forma de marcar a mudança entre os prédios. O Palácio Tiradentes tornou-se o palco do Parlamento fluminense, irá se transformar em museu para que estas histórias sejam eternizadas”, afirma o presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT).

Conheça a história do mais tradicional palácio do Rio

O local onde está hoje o Palácio Tiradentes é um sítio histórico que guarda – desde os tempos do Brasil Colônia – grande parte da memória política do Brasil. O primeiro edifício ali construído data de 1640 e serviu para abrigar os primeiros três vereadores eleitos. O voto era indireto e o durava apenas um ano. Cabia a eles cuidar da cidade e das finanças públicas. Todo o dinheiro arrecadado ficava guardado em um cofre chamado “burra”, que só podia ser aberto por três chaves: cada uma ficava com um vereador.

No andar abaixo do cofre público ficava a cadeia da cidade que ficou conhecida como a “cadeia velha”. Foi lá onde o alferes Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes, ficou preso durante três anos antes de ser enforcado em 21 de abril de 1792.

Quando a Coroa portuguesa aqui chegou, fugindo da invasão napoleônica, em 1808, e se instalou no Paço Imperial ao lado da “cadeia velha”, o Parlamento, que já contava com um número maior de representantes, foi deslocado para outro prédio deixando o paço receber todos os empregados da Corte Real.

A seguir, de volta a um dos andares da velha cadeia, a Câmara Imperial começara a protagonizar fatos memoráveis, como exemplo a assinatura da Lei Áurea, em 1888.

Em 1922, já em situação precária, a edificação é demolida para dar lugar a um grande palácio, cuja arquitetura lembraria muito o Grand Palais de Paris. Projetado em estilo eclético por Archimedes Memória e Francisco Couchet o Palácio Tiradentes é inaugurado em 6 de maio de 1926, e, passa a abrigar a Câmara federal que ali funcionou de 1926 a 1960, tendo recebido para a posse todos os presidentes do período- de Washington Luiz a Juscelino Kubitscheck.

De 1937 a 1945, durante o Estado Novo, o Parlamento foi fechado pelo presidente Getúlio Vargas e no Palácio Tiradentes passa a funcionar o Ministério da Justiça e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão de censura do regime.

Em 1960, quando da transferência da capital do país para Brasília, o Palácio Tiradentes abriga a Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara (ALEG) que 15 anos depois, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, passa a se chamar Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Hoje em dia, detalhes dessa rica história pode ser conhecida na exposição permanente “Palácio Tiradentes: Lugar de Memória do Parlamento Brasileiro” onde o visitante pode acompanhar passo a passo os acontecimentos que marcaram o surgimento da suntuosa edificação e descobrir que não está apenas caminhando por um importante marco arquitetônico carioca. O visitante estará sim… conhecendo o mais importante referencial da democracia brasileira.

Fonte: Agenda do Poder

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