A morte das escolas

Itaperuna 18 de abril de 2021

Diante de uma nova arte da Prefeitura Municipal de Itaperuna RJ, que estão em todas as redes sociais preciso me manifestar.

Imagem retirada da internet

Por volta de 1982 o ensino público estava piorando muito.
Descaso que só aumentou nas últimas décadas. O certo não seria que a sociedade exigisse do Estado que a educação fosse prioridade?

Ao invés disso, quem pode, paga, quem não pode, se vira com o que tem e não reclame, continue parabenizando seu prefeito, seus deputados ,seu senador de estimação.
A educação no Brasil não é uma prioridade do Estado. Quem pode pagar opta pela matrícula dos filhos na escola particular.
E em tempos de pandemia e crianças afastadas da escola, quem pode faz aula on-line, quem não pode, fica sem.

Assim pensam os gestores de Itaperuna que parecem desconhecerem a estatística do Município com essa arte bonita, viva e cheia de cor. Não, a grande maioria das crianças não possuem acesso à internet, aliás muitas estão sem a nutrição diária necessária para o aprendizado como mostram estudos que comprovam essa necessidade da criança.

A desigualdade segue aumentando.

Acontece que agora o problema atingiu a escola particular. Pais e alunos privilegiados agora sentem o que os outros pais e alunos sempre sentiram: o descaso do poder público.

Depois de mais de um ano com as escolas fechadas as crianças estão adoecendo, não de covid-19, mas de doenças como depressão, ansiedade… Além disso, as crianças estão sofrendo mais com abusos sexuais e violência doméstica. E tem criança se matando.
Precisamos ver a educação como um bem para a nação, parar de pensar só nas escolas privadas e exigir investimentos nas instituições públicas para que todas as escolas possam reabrir com segurança! Precisamos fazer manifestos pela reabertura das escolas nos conectando com a realidade das escolas públicas, porém o que assistimos é mais uma vez o descaso com o menos privilegiado volto a dizer, se não tem internet fica SEM.

Alunos de escola pública estão acostumados a ficar sem aula, sem professor em sala, sem material escolar, em greve. A escola tem um papel social importante, que extrapola o ensino. A escola é um ambiente de proteção. É também o lugar onde muitas crianças fazem suas refeições.
A pandemia de coronavírus se estende e nossas escolas permanecem fechadas, na contramão do que vem sendo feito em todos os países que têm a educação como prioridade. Na contramão da nossa própria constituição que diz:


O Art. 227 da Constituição Federal: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”

Precisamos parar de olhar do para os nossos problemas, dentro das nossas bolhas, e fazer um esforço coletivo para olhar além da nossa realidade.
A pandemia mostrou para a classe média, pais de alunos da escola particular, o que já acontece nas escolas públicas há anos. Precisamos aproveitar esse momento para pensar no coletivo. Na necessidade de investimentos para que todas as crianças, não apenas as crianças privilegiadas, possam voltar para a escola em segurança, com todos os protocolos. Vamos valorizar os professores e o ensino.

Vamos aguardar que os professores também valorizem os alunos como um todo.

Um país que pensa no seu futuro tem as infâncias como prioridade. Quando os casos de covid-19 aumentam, fechem tudo, mas deixem a escola aberta!

Lastimável!

Soluções:

Internet livre;

Tablets doados para os alunos;

Reabertura das escolas como vemos em Pádua, Miracema e muitos outros município com os devidos protocolos.

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