RELACIONAMENTO ABUSIVO-O IMPACTO DESSE PROBLEMA NO CONTEXTO FAMILIAR E NA VIDA DOS FILHOS.
Principais queixas no consultório:
Dos pais
Rebeldia e agressividade. Os pais relatam que as crianças não obedecem ou se mostram resistentes à aceitar as regras da casa e obedecem a contragosto, brigam com os irmãos, desrespeitam os mais velhos. Esse comportamento é devido ao stress vivido pela criança ao presenciar as brigas constantes, agressões e por medo respondem também sendo agressivos, uma tentativa de se defender mostrando força, já que o abusador demonstra força e autoridade.
Alguns meninos perdem o respeito pela mãe e as agridem com palavras e até com agressões físicas também como chutes e tapas.
Algumas meninas podem sentir a necessidade de ficar perto da mãe na esperança de protege-las, se recusar ir à escola e sofrem as sequelas psicológicas da vítima.
Pesadelos e gritos a noite as crianças tendem a sonhar com as brigas.
Dificuldade de segurar a urina a noite e faze xixi na cama, dessa forma liberam a tensão que seguram durante todo o dia, o sono pode ser o único momento de relaxamento, por isso segurar a urina também está descartado, liberam tudo que lhes provoca tensão.
Ansiedade, depressão, toc ou pânico, transtornos psicológicos desenvolvidos pelo medo e sensação de impotência e fragilidade diante das agressões.
Das escolas
Dificuldade de relacionamento com os colegas na escola, falta de foco e dificuldade de aprendizagem, é uma queixa comum relatada nos encaminhamentos que recebemos das escolas. Os professores percebem o baixo rendimento do aluno, em alguns casos tristeza e isolamento social na hora do lanche.
Esse comportamento da criança pode ter relação com a preocupação em casa, o que pode estar acontecendo enquanto ele está ausente, o que ele encontrará ao chegar em casa, dessa forma se mostra sempre distante, não se concentra e tem dificuldades em interagir e brincar com os colegas.
Repetição de padrões
Meninos:
Na vida adulta esse comportamento pode ser repetido pelo menino em razão exemplo que teve dentro de casa, o pai é modelo para o filho e se ele observa esse pai e acredita que é assim que um homem deve se comportar, ele também será violento em seus relacionamentos.
O contrário também pode acontecer e perceber que a mãe sofria demais e ter aversão a esse tipo de comportamento.
Consequencias:
O menino que vivencia essa dinâmica dentro de casa pode facilmente ser intolerante à frustração, já que internaliza que o homem tem que ser forte e dono da razão sempre, ao ser contrariado não suporta, receber uma negativa para eles pode ser uma afronta.
Meninas:
Após vivenciar por muito tempo os abusos e violências sofridas pela mãe, se espelham e internalizam a crença de que a mulher deve ser forte para manter seu casamento e sua família, desse modo ao se casar e perceber que seu companheiro apresenta as mesmas atitudes de seu pai, procuram repetir o mesmo comportamento da mãe e se submetem ao relacionamento abusivo. Esse padrão pode se repetir por várias gerações.
Por outro lado também pode acontecer o contrário e perceberem ao menor sinal o início do ciclo dos abusos e se recusar a continuar no relacionamento.
Consequencias:
Uma situação que pode ocorrer é a recusa de se envolver em algum tipo de relacionamento e preferir ficar solteira por receio de viver a mesma história da mãe.
Baixa autoestima, perda de autonomia e tomada de decisões por medo de enfrentar rejeições ou punições após vivenciar a mãe recebendo punições por suas atitudes.
Escrito por:
Edna Rodrigues da Silva
Psicóloga Clínica CRP:06/117197
Atendimento on line
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Excelente artigo, uma atenção especial com profissionais bem treinados mudaria a vida de muitas crianças!
Quero parabenizar pelo conteúdo publicado muito bom !!
O blog Flávia Pires agradece !